Sem título (2020), da série “Casa e jardim”, Rochelle Costi (Foto: Divulgação / Galeria Anita Schwartz)
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Dez obras fotográficas no SP-Arte Viewing Room

SP–Arte
19 ago 2020, 15h08

Já se vão mais de 180 anos desde a invenção do daguerreótipo, engenhoca considerada a pioneira na criação de imagens fotográficas e bisavó de todas as máquinas que surgiram desde então. A despeito dos diversos experimentos que ocorriam naquele tempo com químicos e luz para gerar imagens fiéis à realidade, foi em 19 de agosto de 1839 que Louis-Jacques-Mandé Daguerre patenteou sua criação, que passou a ser comercializada e oferecida na França como “um presente ao mundo livre”. O impacto da novíssima linguagem na maneira de se entender e de fazer arte foi paulatino, provocando os artistas a se reinventarem e buscarem saídas cada vez mais criativas com os materiais e ferramentas que iam se modernizando.

No entanto, segundo a curadora estadunidense Barbara Tannembaum, foi somente nas décadas de 1970 e 1980 que a linguagem fotográfica passou a ser incorporada pelas instituições e coleções de arte como uma mídia maior e próxima do estatuto que a pintura e a escultura, por exemplo, carregam nas artes visuais. As estratégias e os modos de fazer são inesgotáveis, e a janela de registros luminosos do mundo ganhou usos infinitos: caseiros, expressivos, documentais, ficcionais…

Para que essa data, que se tornou o Dia Mundial da Fotografia, não passe em branco, apresentamos com exclusividade dez trabalhos artísticos criados através da fotografia que serão comercializados no SP-Arte Viewing Room, a primeira versão digital da SP-Arte, que estará disponível ao público de 24 a 30 de agosto. Convidamos você a imaginar conosco, em um momento tão digitalizado e virtual, as motivações e técnicas por trás dessas obras. Confira!

Acima: Sem título (2020), da série “Casa e jardim”, Rochelle Costi (Foto: Divulgação / Galeria Anita Schwartz)

“As duas taças”, Dulce G. Carneiro (Foto: Divulgação)

“As duas taças”, Dulce G. Carneiro (Foto: Divulgação)

Dulce G. Carneiro (Utópica)

Falecida há dois anos, Dulce G. Carneiro (Atibaia, 1929) foi além de fotógrafa, poetisa. Sua obra ainda é pouco reconhecida nos anais tradicionais da fotografia, ainda que tenha sido uma das poucas mulheres a participar do aclamado Foto Cine Clube Bandeirante, principalmente na vertente figurativa do grupo. Ela participou da 9ª edição da Bienal de São Paulo, em 1967, e possui obras no acervo do Masp.

 

“Ecolines” (1960-2020), Maureen Bisilliat (Foto: Divulgação)

“Ecolines” (1960-2020), Maureen Bisilliat (Foto: Divulgação)

Maureen Bisilliat (Galeria Marcelo Guarnieri)

Radicada no Brasil desde os anos 1950, Maureen Bisilliat (Englefieldgreen, Inglaterra, 1931) é uma personagem fundamental nos percursos da fotografia brasileira. A artista ficou reconhecida pelos extensos projetos fotográficos-literários realizados por todo o território, em que apresenta universos visuais baseados em obras clássicas de autores como Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Euclides da Cunha, e tantos outros. 

 

“Retratos” (1992-93), Vera Chaves Barcellos (Foto: Divulgação)

“Retratos” (1992-93), Vera Chaves Barcellos (Foto: Divulgação)

Vera Chaves Barcellos (Galeria Superfície)

A artista Vera Chaves Barcellos (Porto Alegre, 1938) encontrou um uso interdisciplinar e ampliado para a fotografia nos anos 1970, em uma época em que este tipo de produção estava longe de circular nos espaços de arte. Àquela altura, Chaves Barcellos atuava junto ao grupo artístico Nervo Óptico, que experimentava mídias menos tradicionais na arte, como a performance, e fazia um tipo de resistência poética durante a ditadura militar no Brasil.

 

“John Lennon & Yoko Ono at Savile Row” (1969), da série “Honeymoon for Peace”, Luiz Garrido (Foto: Divulgação)

“John Lennon & Yoko Ono at Savile Row” (1969), da série “Honeymoon for Peace”, Luiz Garrido (Foto: Divulgação)

Luiz Garrido (Carcará Photo Art)

Luiz Garrido (Rio de Janeiro, 1945) é um repórter fotográfico que foi correspondente da revista Manchete na efervescente Paris de 1968. No ano seguinte, registrou avidamente a campanha pela paz do casal John Lennon e Yoko Ono contra a Guerra do Vietnã em cidades como Berlim, Amsterdã e Londres. As imagens revelam a atmosfera revolucionária e a intimidade de um dos casais mais icônicos do século 20 naqueles tempos.

“Ipês contra a Serra do Amolar” (2018), João Farkas (Foto: Divulgação)

“Ipês contra a Serra do Amolar” (2018), João Farkas (Foto: Divulgação)

João Farkas (Documenta Pantanal)

A obra de João Farkas (São Paulo, 1955) investiga principalmente a identidade do povo brasileiro e a relação com o território que habitamos. Alertado para as transformações do Pantanal, um dos biomas mais ricos e preservados do mundo, mas que sofre com as influências da mudança climática e de atividades humanas predatórias, Farkas passou cinco anos trabalhando na região e foi um dos fundadores da Documenta Pantanal.

Sem título (2020), da série “Casa e jardim”, Rochelle Costi (Foto: Divulgação)

Sem título (2020), da série “Casa e jardim”, Rochelle Costi (Foto: Divulgação)

Rochelle Costi (Anita Schwartz Galeria)

Interessa à artista multimídia Rochelle Costi (Caxias do Sul, 1961) os costumes, hábitos, coleções e gostos das pessoas e dos espaços comuns. A série “Casa e jardim” foi realizada entre abril e junho deste ano, em isolamento social. Trata-se do espaço de uma casa artesanal de madeira adquirida pela artista em Belém, com objetos fotografados em seu interior – apenas os que passam por sua pequena porta.

“2005-510117385-5” (2008), Rosângela Rennó (Foto: Divulgação)

“2005-510117385-5” (2008), Rosângela Rennó (Foto: Divulgação)

Rosângela Rennó (Vermelho)

A revisão histórica e a revelação de estruturas de poder e de esquecimento são o mote de Rosângela Rennó (Belo Horizonte, 1962), uma das responsáveis pela expansão da linguagem fotográfica no país. No trabalho acima, a artista trabalha com legendas e catalogações a partir de imagens que foram roubadas da Fundação Biblioteca Nacional, mutiladas, e recuperadas pela instituição.

“Cassino V” (2019), Caio Reisewitz (Foto: Divulgação)

“Cassino V” (2019), Caio Reisewitz (Foto: Divulgação)

Caio Reisewitz (Luciana Brito Galeria)

Diversas paisagens interiores e exteriores são capturadas e transformadas por Caio Reisewitz (São Paulo, 1967), em diálogo constante com a história da arte. Em 2004, ele expôs na 26ª Bienal de São Paulo e, em 2005, participou do Pavilhão brasileiro da 51ª Bienal de Veneza com fotografias que retratam a arquitetura brasileira barroca e contemporânea.

Imagem extraída do livro “Los Cerros” (2020), Elaine Pessoa (Foto: Divulgação)

Imagem extraída do livro “Los Cerros” (2020), Elaine Pessoa (Foto: Divulgação)

Elaine Pessoa (Fotô Editorial)

A produção artística de Elaine Pessoa (São Paulo, 1968) é orientada pela experimentação com grãos, luz, apagamentos e memórias. Sobre sua obra, o curador do Fotô Editorial Eder Chiodetto afirma: “A latência da forma surge a meio caminho entre o visível e o nebuloso. Uma atmosfera do fantástico, adornada pelo acúmulo cinzento da poeira do tempo.”

“Scarpa #1” (2019), Mauro Restiffe (Foto: Divulgação)

“Scarpa #1” (2019), Mauro Restiffe (Foto: Divulgação)

Mauro Restiffe (Fortes, D’Aloia e Gabriel)

Mauro Restiffe (São José do Rio Pardo, 1970) é um dos fotógrafos mais destacados da atualidade. Suas imagens altamente narrativas, com particular interesse pelas arquiteturas, intimidades e processos políticos, direcionam nosso olhar para os contextos, entornos e bordas daquilo que enquadram, demonstrando quantas histórias uma fotografia pode conter.

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