Emiliano Di Cavalcanti

Brasil, 1987


Sobre

Di Cavalcanti começa a trabalhar como ilustrador em 1914, no Rio de Janeiro, e publica sua primeira caricatura na revista Fon-Fon. Em 1917, muda-se para São Paulo, onde, além de frequentar a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, realiza sua primeira exposição individual de caricaturas e faz ilustrações e capas para a revista O Pirralho. A efervescência cultural em alguns círculos modernos de São Paulo e a exposição de Anita Malfatti (1889-1964) levam-no a retomar o estudo, iniciado no Rio de Janeiro, de pintura com Georg Elpons. Em suas primeiras obras, utiliza tons pastel e retrata personagens mergulhados na penumbra, misteriosos. Nesse período, torna-se amigo de intelectuais paulistas como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida, sendo sua a ideia da Semana de Arte Moderna de 1922, para a qual cria o catálogo e o cartaz. Em 1923, viaja para Paris, onde freqüenta a Académie Ranson. A viagem possibilita-lhe o contato com importantes pintores contemporâneos como Pablo Picasso, Georges Braque, Fernand Léger e Henri Matisse, influências que transparecem em suas obras, trabalhadas em uma linguagem muito pessoal.

Retorna ao Brasil em 1925. Passa a apresentar em sua pintura um uso mais acentuado da cor, iluminando a sua paleta. O diálogo intenso com a obra de Pablo Picasso pode ser observado no porte volumoso e monumental dos personagens ou no tratamento dado às mãos e aos pés das figuras. O artista revela a formulação de seu estilo na utilização de formas simplificadas e curvilíneas e cores quentes, em especial vários tons de vermelho, trabalhadas em uma poética lírica. Em 1932, funda em São Paulo, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos (CAM). A década de 1940 marca sua maturidade artística e o reconhecimento público no cenário da arte moderna brasileira. Defensor ardoroso da arte figurativa, em 1948, pronuncia uma conferência no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Os Mitos do Modernismo, publicada na revista Fundamentos, sob o título Realismo e Abstracionismo, posicionando-se a favor de uma arte nacional e contra o abstracionismo, tendência que começava a expandir-se no país.

Di Cavalcanti, entre outros artistas do modernismo, esteve atento, em sua produção, à formação de um repertório visual ligado à realidade brasileira. Apesar do contato com a produção artística contemporânea em sua vivência parisiense e do especial diálogo que mantém com as obras de Paul Cézanne e Pablo Picasso, ele aplaina e nivela as linguagens modernas em seus trabalhos. Entende a arte principalmente como uma forma de participação social. Assim, valoriza em sua produção os temas de caráter realista e voltados à construção da identidade nacional, como a representação das mulatas ou do carnaval.

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural



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