Balanço
Rotas Brasileiras 2022


A primeira edição da SP–Arte Rotas Brasileiras terminou com artistas e expositores em confraternização, após cinco dias de imersão na riqueza, pluralidade e diversidade brasileira e o desejo por seguir abrindo novas rotas e possibilidades.

De 24 a 28 de agosto de 2022, a nova feira da SP–Arte ocupou a ARCA, na Vila Leopoldina, com a participação de 70 expositores, entre galerias e projetos convidados que expandem a visão sobre o Brasil. 

Com foco em projetos selecionados, sejam eles solos ou coletivos, a feira buscou estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional.

Participaram 70 expositores, entre galerias de arte e projetos convidados que costuram diferentes pontos de vista do Brasil. Para essa edição, a SP–Arte preocupou-se em trazer expositores de diferentes estados que se interessam em falar sobre os diferentes fazeres artísticos brasileiros, desfazendo fronteiras entre o erudito e o popular, o centro e a periferia, o comercial e o institucional e trazendo a cosmovisão de diferentes Brasis.

Com a nova edição, a Feira consolida seu papel de catalisadora do mercado nacional das artes visuais e impulsionadora da economia criativa da cidade. Uma programação exclusiva foi oferecida pela SP–Arte assim como por galerias e outros parceiros.

Para Fernanda Feitosa, fundadora e diretora da feira, “as galerias abraçaram o desafio de fazer uma feira com um eixo temático e o resultado foram estandes muito potentes e o público encantado.” Ela confirma ainda o ensejo de repetir a dose no próximo ano: “A boa acolhida e o sucesso da feira nos motiva a repetir esta experiência para descobrir novos artistas e percorrer outros destinos dentro do Brasil em agosto de 2023“.


Exposição "Brasilidade Tradicional"

A curadora Ana Carolina Ralston assinou, na Rotas Brasileiras, uma mostra intitulada Brasilidade tridimensional, com obras de artistas fundamentais na tradição da escultura brasileira, como Francisco Brennand, Marepe e Tomie Ohtake expostas na área externa da ARCA. 

Nas palavras da curadora, “as esculturas, rasteiras ou em busca do céu, entrelaçam o caminho dos visitantes desta edição da SP–Arte com o intuito certo de relembrar que a arte está dentro e fora de tudo e de todos”.

Dentre os artistas participantes estiveram Amorí (HOA), Antonio Bokel (AM Galeria), Carmela Gross (Vermelho), Francisco Brennand (Gomide&Co), José Spaniol (DAN), Lucas Dupin (Lume), Marepe (Luisa Strina), Mario Cravo Júnior (Pinakotheke), Rizza (Zipper), Rodrigo Bueno (Marilia Razuk), Rodrigo Sassi (Central), Tomie Ohtake (Nara Roesler), Túlio Pinto (Millan) e Verena Smit (Karla Osorio).


Lançamentos editoriais

No dia 24 de agosto, o estande da HOA em conjunto com Almeida & Dale sediou o lançamento de “Sidney Amaral: Manifesto de Cognição y Memória”. Entre cronobiografia, currículo de Amaral e textos críticos, o livro idealizado pelas duas galerias juntamente ao hub de conteúdo MJournal reúne ensaios e obras dos artistas Almeida da Silva, George Teles, Mayara Velozo, Marlon Amaro, M0xc4 e Rafaela Kennedy. 

No dia 25 de agosto, o artista Alexandre Furcolin, representado pela Galeria Karla Osorio, lançou o livro “São Paulo”, da coleção Fashion Eye, editada pela Louis Vuitton, com direito a autógrafos do autor no estande da galeria durante Rotas Brasileiras. É o único artista latino-americano selecionado para esta prestigiada coleção da marca francesa e revela novas facetas da cidade, sob um prisma contemporâneo e transgressor.

No dia 27, durante a feira, o fotógrafo Gabriel Wickbold lançou em seu estande o livro “Brasileiros”. O livro é formado por imagens de uma viagem da nascente até a foz do Rio São Francisco, com prefácio de Emicida e prólogo de Rubens Fernandes.


Arte e tecnologia

Paralelamente a Rotas Brasileiras, aconteceu no STATE, prédio vizinho à ARCA, a segunda edição de Pupila Dilatada, ​​uma exposição de cripto-arte psicodélica. Com entrada gratuita, a mostra teve a participação de mais de 60 artistas digitais brasileiros e internacionais. O evento contou, em sua abertura, com 5 duplas de VJs e músicos experimentais mapeando a exposição ao vivo.

No dia 25 de agosto, duas mesas do Pupila Dilatada integraram a programação de Rotas Brasileiras: Às 16h, Olivia Merquior convidou Giovanna Casimiro, head cultural do Decentraland para um debate sobre ambientes virtuais, desterritorialização e cultura universal, e às 17h, o impacto das novas tecnologias na produção de artistas nacionais foi tema da discussão entre Mariana Falcão (Mari The Hawk), Pedro Brasil (sonnigraphics) e Paulo Stocker, com mediação de Olivia Merquior.


Conversas na arquibancada

Em meio à efervescência do evento, o programa Conversas na arquibancada promoveu encontros do público com nomes relevantes da arte brasileira. Com formato dinâmico, distintas práticas artísticas serão apresentadas por meio da presença e voz dos próprios artistas.

As conversas ocorreram no STATE, prédio vizinho à ARCA, e giraram em torno dos processos criativos, os bastidores de grandes projetos e perguntas da plateia. Os encontros contaram com mediação de Leandro Muniz.


Audioguias

Pela terceira vez consecutiva, a SP–Arte ofereceu audioguias que permeiam obras e artistas expostos na feira, proporcionando uma experiência imersiva para todos os tipos de público. Nesta edição, os roteiros temáticos foram elaborados e narrados pelos curadores Henrique Menezes, Ariana Nuala e Ludimilla Fonseca, reunindo diferentes pontos de partida para aprender e refletir sobre a arte brasileira.

Entre os temas propostos surgiram olhares sobre a importância dos festejos e das manifestações de rua, a atuação de fenômenos naturais sobre a criação artística e o deslocamento de objetos cotidianos para o campo da arte. Os especialistas também revisitaram a ideia de tropicalidade a partir de uma “estética do frio”, refletindo sobre a precariedade como uma questão histórica e sobre a dicotomia entre verdade e encenação na fotografia.

A Vivo, patrocinadora master da SP–Arte, ofereceu um audioguia exclusivamente  dedicado à arte indígena brasileira elaborado pelo educador Djeguaka Xondaro, refletindo sobre como a obra de artistas como Jaider Esbell e Gustavo Caboco contribuem para a transformação da realidade. Todos os roteiros estão disponíveis no canal de Spotify da SP–Arte.