Editorial
Dê play! Confira (e ouça) os jovens fotógrafos que chacoalham o cenário criativo nacional
19 ago 2016, 9h51
(foto: Jéssica Mangaba para SP-Arte/Foto/2016)
Na edição 2016, a SP-Arte/Foto celebra seus dez anos de existência, período em que esteve atenta à cena nacional da fotografia, consolidando a marca brasileira e espalhando sua assinatura pelo mundo. Neste momento de comemoração vale olhar para frente e refletir: quais são os nomes da próxima década?
Preparamos uma seleção com fotógrafos da nova geração para não perder de vista – profissionais que estão pensando os conflitos sociais do país (Ivan Grilo), seus espaços urbanos (Fabiano Rodrigues), nossa relação com a natureza (Juliana Lewkowicz), intimidade e criação (Laura Gorski e Renata Cruz), a arqueologia profunda da vida privada (Letícia Lampert).
Curiosos para entender o que está por trás do impulso criativo desses artistas, perguntamos a eles o que os leva a fotografar, quais imagens os inspiram e quais músicas fazem parte desse universo particular de criação. Venha descobrir essas mentes vibrantes!
Dê um play antes de ler – criamos uma playlist com as canções sugeridas pelos fotógrafos.
Imagem do trabalho "Aqui é o fim do mundo", baseado em recortes de um retrato fotográfico de Dom Pedro II
O que o leva a fotografar?
Ivan Grilo
“Curiosamente, me utilizo muito pouco do ato fotográfico. Talvez seja mais simples dizer o porquê de não fazê-lo. Minhas pesquisas atuais são muito pautadas em oralidade: na ação de ouvir, reconstruir e recontar imageticamente pequenas histórias, sendo assim, creio que seja mais valioso utilizar o material que já foi produzido e já faz parte das histórias oficiais. Dessa forma, me sinto mais próximo da possibilidade de questionar discursos, deslocando imagens historicamente, e revisitando as camadas já encobertas.”
Imagem de Fernando Martins (todos os direitos reservados ao fotógrafo)
Fabiano Rodrigues
“Obviamente, o preto e branco, o brutalismo, o concreto, recortes espontâneos encontrados na arquitetura, o contraste entre os tons claros e escuros.”
Imagem de Juliana Lewkowicz, de uma série clicada no Atacama
Juliana Lewkowicz
“Eu fotografo porque eu preciso. Para me sentir viva, para me entender e entender o meu entorno. Porque uma história pode ser contada de várias formas por diversos pontos de vista, e aí que está a magia da fotografia. O que me leva a fotografar é a paixão e a vontade de descobrir qual o melhor ângulo para exprimir meu ponto de vista nesta história.”
Laura Gorski e Renata Cruz
“Uma importante fonte de inspiração para nós na construção das imagens fotográficas são as imagens literárias presentes, por exemplo, nos contos de Virginia Woolf. A fotografia nos possibilita a construção de um mundo ficcional a partir de espaços ou objetos domésticos com os quais nos relacionamos diariamente. Temos a intenção de falar da ambiguidade desses lugares que podem ser ambientes sociais e ao mesmo tempo de recolhimento, intimidade e criação, dentro dos quais nos colocamos como autoras e personagens das cenas criada.”
Imagem de Letícia Lampert, da série "Arqueologia da vida privada"
Letícia Lampert
“Fotografo para tentar entender o que está a minha volta, para buscar outras formas de ver as mesmas coisas, para seguir me surpreendendo com o que é tido como banal. Acho que fotografar ensina a gente a ver melhor.”
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