Temas como práticas curatoriais e atividades do mercado de arte permearam as sete mesas que aconteceram no Auditório do MAM durante o Festival

8 mai 2019, 14h20

A edição de aniversário da SP-Arte também foi ponto de encontro para discussões, aprendizados e reflexões. Durante três dias de Festival, o já tradicional Talks reuniu no auditório do MAM sete painéis com especialistas de perspectivas diversas – curadores, artistas, pesquisadores, gestores de instituições e colecionadores – para trocar conhecimentos com o público curioso em descobrir mais sobre o mundo da arte. O repertório levantado pelos convidados e a pluralidade dos assuntos abordados marcaram esta edição das conversas.

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A iniciativa privada no setor cultural

Na mesa de estreia da 15ª SP-Arte, empreendedores culturais fora do eixo Rio-SP comentaram as atividades que desempenham através de suas instituições e discutiram modelos de gestão. O artista e presidente da Fundação Marcos Amaro e da Fábrica de Arte Marcos Amaro, em Itu (SP), Marcos Amaro, falou sobre a conexão dos projetos de seu centro no interior paulista com o aspecto industrial do espaço expositivo, o caráter despojado das mostras lá realizadas e o plano de consolidação de seu acervo. O colecionador Silvio Frota abordou a criação do Museu da Fotografia de Fortaleza (CE), desde detalhes do prédio da instituição ao forte viés socioeducativo na programação. Por fim, Ricardo Pessoa de Queiroz apresentou o projeto da Usina de Arte, que combina obras site-specific e jardim botânico em uma propriedade na zona da mata pernambucana, além das oficinas e outras ações de impacto econômico para a comunidade do entorno.

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O papel do patronato no acervo do museu

As colecionadoras Cleusa Garfinkel e Ana Eliza Setúbal narraram de maneira franca e afetiva a formação de suas coleções e o papel que desempenham nos programas de patronos de museus, auxiliando as instituições a incrementar e preencher lacunas de seus acervos. O curador Paulo Herkenhoff subiu ao palco de última hora para participar da conversa, provocando suas interlocutoras a expressar seus pontos de vista sobre as escolhas das obras doadas e, com a mediação de Gisele Kato, todos falaram sobre o dia a dia destes programas e a importância destas iniciativas.

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Políticas de identidade da América Latina

O artista baiano Ayrson Heráclito, o guatemalteco Jorge de León, a peruana Nicole Franchy e o mineiro Randolpho Lamonier falaram sobre suas práticas e trajetórias, dando corpo às questões levantadas pela curadora chilena Alexia Tala em seu projeto apresentado no setor Solo. Após os potentes relatos individuais, a pesquisadora, junto ao curador Paulo Miyada, fizeram considerações sobre a noção de múltiplas identidades da América Latina, a permanência de violências coloniais e os desafios do presente no continente.

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A instituição de arte na contemporanei-dade

O curador Benjamin Seroussi, da Casa do Povo, destacou sua busca por modelos menos rígidos, herdados de instituições tradicionais, e novos usos do espaço, conectando práticas culturais que borram as fronteiras entre arte e vida e com atuação crítica sobre o tempo presente. Fernanda Brenner, diretora do Pivô, falou sobre a concepção e programação do lugar: a vontade de torná-lo uma instituição que surge das condições do espaço (localizado dentro do edifício Copan) e que tipo de projetos são lá desenvolvidos em relação direta com as características arquitetônicas. Por fim, a artista Graziela Kunsch falou sobre práticas artísticas e educativas que propõem um novo modo de as instituições funcionarem, envolvendo os públicos desde a concepção da programação.

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Brasil desamparado e a cidadania em construção

O curador Josué Mattos detalhou o processo de concepção, as ativações e as obras de “Verzuimd Braziel – Brasil desamparado”, exposição apresentada em quatro cidades brasileiras em 2018 através do Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça. A curadora Clarissa Diniz, que acompanhou o processo de pesquisa da mostra, também levou ao público mais detalhes sobre o pensamento curatorial envolvido no projeto. A conversa se desenvolveu principalmente em torno das estratégias simbólicas dos artistas em resposta a problemas históricos, como as noções de identidade brasileira e as narrativas nacionais. A mostra, quando montada no Museu Histórico Nacional do Rio, por exemplo, interferiu na exposição de longa duração da instituição por expor obras de artistas contemporâneos que confrontavam com discursos assumidos pelo museu como oficiais.

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Para onde vamos? Inovações no mercado de arte

Com a mediação da pesquisadora Ana Letícia Fialho, a mesa trouxe Carol Pino, especialista da Artsy no mercado artístico brasileiro, e Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte, para uma discussão em torno dos potenciais de transformação do mercado de arte, em específico na América Latina. Através de suas apresentações, as convidadas explicaram como tais mudanças, por exemplo, a força das plataformas digitais e as dinâmicas internacionais da arte, trazem novas fronteiras e desdobramentos para desenvolver estratégias comerciais, compreendendo os números crescentes dos últimos anos.

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Novas narrativas curatoriais no Brasil?

Em suas falas, os antropólogos Hélio Menezes e Lilia Schwarcz e a curadora Diane Lima apontaram para um problema no título da mesa: as narrativas curatoriais que vêm se pesquisando e desenvolvendo não são nada novas, e caberia justamente entendê-las em perspectiva histórica e não como novidades. Foi acrescentado então um ponto de interrogação na frase tema do encontro. Hélio apresentou importantes exposições históricas que foram essenciais para a criação de um pensamento artístico decolonial, sob outras perspectivas epistemológicas e na visibilidade de artistas afrodescendentes. Lilia Schwarcz relatou como experiências curatoriais recentes causaram uma reação conservadora que põe em estado de alerta a liberdade de expressão e de pensamento. E Diane Lima apresentou os conceitos e as práticas que permearam a concepção do Valongo Festival Internacional da Imagem em 2018, buscando desviar-se das narrativas e das formas de expor já canonizadas.

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