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Fotolivro

Fotô Editorial faz o pré-lançamento do fotolivro ASFIXIA

SP–Arte
26 nov 2020, 6h44

A chegada da pandemia e, na sequencia, os protestos antirracismo que ocorreram nos EUA, se tornaram nos últimos meses o foco da cobertura jornalística de Candice Carvalho Feio, que atua em Nova York a serviço da Globonews. A fotografia, que até então era uma espécie de hobby, passou a ser a forma com a qual a repórter entendeu ser mais eficaz para documentar esse momento tão particular da humanidade. Durante as coberturas e nos momentos de folga, Candice circulou pela cidade com sua câmera registrando as mutações da cidade e de seus habitantes.

O que era apenas um registro ganhou corpo e agora está prestes a se tornar um fotolivro – um livro-manifesto, como definem os editores -, produzido pela Fotô Editorial, com edição de Eder Chiodetto e Fabiana Bruno, coordenação editorial de Elaine Pessoa e design de Lia Assumpção. O prefácio do livro é do cantor e compositor Caetano Veloso. A publicação terá pré-lançamento no dia 29 de novembro, às 18h, por ocasião do SP–Foto Viewing Room, em uma live com presença da autora e dos editores. O lançamento da obra está previsto para dezembro.

Todas as imagens do ensaio visual desta matéria integram o fotolivro "Asfixia", de Candice Carvalho Feio. Cortesia Fotô Editorial.

Todas as imagens do ensaio visual desta matéria integram o fotolivro "Asfixia", de Candice Carvalho Feio. Cortesia Fotô Editorial.

Asfixia sai do fluxo do jornalismo diário e ganha o formato de um livro-manifesto pela necessidade de a autora refletir esse momento abissal de nossa história em que a emergência da saúde pública precisou polarizar com a emergência da revolta que impulsionou as pessoas às ruas. O livro é um apelo a perceber e reabrir com ricas nuances as imagens destes gestos de força. As bocas, estas que simbolizam a enunciação, são multiplicadas e desdobradas em páginas do livro exclamando palavras de protestos que não podemos ouvir, mas que de maneira potente nos carregam para sentir e problematizar o que a artista interdisciplinar, escritora e teórica Grada Kilomba escreve em Memórias da plantação. Episódios de racismo cotidiano: “(…) a boca se torna o órgão da opressão por excelência, representando o que as/os brancas/os querem — e precisam — controlar e, consequentemente, o órgão que, historicamente, tem sido severamente censurado”.

Trecho do texto dos editores.

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…cada imagem, cada palavra, cada olho, cada letra, cada máscara, diz muito sobre estarmos ali com Candice: os EUA e o Brasil como primeiro e segundo em número de mortes por Covid-19; os EUA e o Brasil com suas tão diferentes maneiras de não resolver o problema da formação colonial-escravista. O livro-relato-poesia de Candice nos leva para mais perto da vivência emocional que talvez nos abra os caminhos da verdadeira Abolição.

Trecho do prefácio de Caetano Veloso.

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