Design e inspirações, por Gerson de Oliveira

1 abr 2016, 1h

O novo setor da SP-Arte, dedicado ao Design, vai delinear uma história do mobiliário brasileiro, exibindo desde as primeiras peças criadas no país até produções do design moderno.

Ao todo, serão 23 galerias que exibirão mobiliários, luminárias e antiquários. A Ovo é um desses nomes e apresenta alguns de seus objetos e móveis, que conciliam concisão com capacidade de surpreender.

Nesta breve entrevista, convidamos Gerson de Oliveira, um de seus designers e criadores, a falar um pouco sobre seu trabalho e a explorar referências e inspirações.

Confira!

 


SP-Arte: O que o design representa para você?

Gerson de Oliveira: A transformação dos materiais está sempre presente na minha relação com o design. Mas com certeza não só isso. Gosto de o design ter uma participação direta na vida das pessoas, no dia a dia.

Gosto de pensar que o fazer dos objetos tem relação com algo estrutural no desenvolvimento da humanidade. Um exemplo muito simples e claro é a própria divisão dos grandes períodos da Pré-História: Idade da Pedra Lascada, Idade da Pedra Polida. O fato de o homem passar a usar este ou aquele tipo de objeto para suas atividades fundamentais – e obter este objeto usando uma determinada técnica – é algo tão determinante que serve como recorte da História.

Também sou muito ligado ao sabor das técnicas, da fábrica, dos artesãos e especialistas. Tenho imenso prazer em pensar numa nova solução construtiva que vá deixar o projeto mais limpo, de execução mais simples e com melhor resultado final. Gosto desses desafios e gosto de trabalhar em equipe. Além da nossa equipe interna na Ovo, o trabalho de desenvolvimento é muito ligado ao pessoal da fábrica. As melhores soluções e caminhos normalmente aparecem no meio da conversa.

Outro aspecto que me atrai no design é o fato de ser uma área do conhecimento essencialmente ligada ao século 20. É claro que podemos pensar que se faz design desde a Idade da Pedra Lascada, mas o campo do design, sistematizado e entendido como tal, se consolida no século 20. E nasce como um filho da arquitetura e da arte, duas áreas que amo. Nesse sentido, o da área historicamente recente e de natureza multidisciplinar, o design é muito próximo ao Cinema, outra paixão.

 

SP-Arte: Propomos um desafio: você conseguiria definir seu trabalho em três imagens? Valem inspirações, objetos, criações de outros artistas, mas nada elaborado por você.

GO: Não chegaria tão longe a ponto de definir o que faço em três imagens, mas vão aqui três grandes paixões e áreas de interesse que acredito estejam presentes em tudo o que faço.

A natureza selvagem tem muitas coisas que amo: o vazio, o silêncio, o tempo, o
equilíbrio. Tem uma fala do Paulo Mendes da Rocha que eu gosto muito e é mais ou menos assim: o homem fala da natureza como se não fizesse parte dela. No entanto o homem é a parte com complexa da natureza. Gosto de pensar nisso.

Aqui mostro uma foto de um projeto do arquiteto japonês Tadao Ando, a sede da Langen Foundantion. Tenho especial admiração por este arquiteto, mas uso aqui esse projeto só como um ícone para falar da arquitetura como um todo. Amo arquitetura e sempre que penso em um novo móvel ou objeto, independente da escala, penso em relação ao espaço.

Por fim, sou fascinado pelo processo de transformar uma ideia em algo real, que passa a fazer parte do mundo.

 

Anote: a SP-Arte/2016 acontece de 07 a 10 de abril no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Saiba mais sobre o setor dedicado ao Design aqui e acompanhe as novidades no Facebook, Twitter e Instagram!

#sparte2016

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