Editorial
SP, RJ, São Bernardo, Itu, Brasília: fique por dentro das estreias que acontecem nessas cidades no mês de setembro
12 set 2019, 16h45
São Paulo, São Bernardo do Campo, Itu, Rio de Janeiro, Brasília: fique por dentro de algumas das aberturas que acontecem nessas cidades no mês de setembro, e aproveite!
São Paulo
(1) Ester Grinspum, Shirley Paes Leme e Tuneu, na Raquel Arnaud
Em setembro, a Galeria Raquel Arnaud apresenta três individuais simultâneas. Em “Duplos os lugares”, nome que une duas importantes exposições realizadas por Ester Grinspum entre os anos 1980 e 1990 (“Os duplos” e “Do lugar”), a artista traz quatro pares de esculturas em ferro, quatro desenhos em nanquim que conversam entre si, e um desenho em bastão de óleo. Já o professor, pintor e desenhista Tuneu exibe novas telas e desenhos na mostra “Colmeia”: são cerca de quatro pinturas e quinze desenhos que exploram os desdobramentos de formas e cores na superfície. Por fim, Shirley Paes Leme reúne, em “RareAr”, desenhos, composições e uma instalação. Como lembra Douglas de Freitas, que assina o texto da exposição de Paes Leme, uma das questões centrais na produção da artista “é a matéria, seja em sua transitoriedade ou nas marcas que certas ações sobre elas podem produzir, lembrando que o próprio vazio do espaço, o ar, é ele mesmo matéria”. De 4 de setembro a 19 de outubro.
(2) Camille Kachani, na Zipper
Com curadoria de Taisa Palhares, “Solilóquio” reúne nova série de esculturas do libanês Camille Kachani, relacionadas a processos de transformação e deslocamentos. A terceira exposição individual do artista na Zipper Galeria se estrutura a partir de diálogos: primeiro, do artista consigo próprio, como o título da mostra sugere; segundo, do artista com diversos momentos da arte contemporânea, estabelecendo relações entre sua produção e a de outros artistas; por fim, da natureza com a civilização, aqui numa revisão crítica ao fato de que, muitas vezes, esse diálogo é impossibilitado. Em “Solilóquio”, procedimentos diversos são aplicados nas esculturas, de modo a incitar os debates propostos pelo artista. A organicidade da madeira é substituída pela racionalidade formal; a geometria dos cubos ganha a distorção dos seres viventes; ícones da pintura ocidental são atravessados por formações orgânicas, como se elas próprias contivessem o germe de sua destruição. De 5 de setembro a 5 de outubro.
E ainda: Helô Mello está em cartaz com “Horizonte suspenso”, no andar de cima da galeria.
A artista mineira Lotus Lobo, nova representada da Galeria Superfície, apresenta sua primeira individual no espaço. Com curadoria do professor e artista visual Marcelo Drummond, “Território gravado” abriga trinta obras das décadas de 1960 e 1970, bem como trabalhos de sua produção mais recente – alguns deles produzidos especialmente para a exposição. Apoiada nos mais diferentes suportes e dimensões, a prática artística de Lotus Lobo identifica-se profundamente com o repertório técnico e experimental da Litografia, contemplando, ainda, o resgate e a preservação da memória da linguagem da gravura em Minas Gerais. Na exposição, serão expostos exemplares da notória série “Maculaturas” (1970), assim como obras da série da “Estamparia litográfica” (2016), composta de impressões litográficas em caixas de papelão, papel cartão, papel de embrulho e reuso de embalagens de produtos atuais. De 10 de setembro a 9 de novembro.
(4) Coletiva, na Jaqueline Martins
Realizada em colaboração com a curadora Mirtes Marins de Oliveira, a coletiva “Comigo ninguém pode” reúne trabalhos realizados por artistas e intelectuais mulheres que dão continuidade ao impacto das práticas emancipadoras dos anos 1960. Com obras de Amelia Toledo, Ana Mazzei, Georgete Melhem, Isabela Capeto, Letícia Parente, Lydia Okumura, Maria Noujaim, Marta Minujín, Martha Araújo, Paula Garcia, Regina Vater e Ubu Editora, a exposição busca questionar entendimentos sobre a noção de feminino, caracterizado pelos atributos de delicadeza, intuição, intimidade, acolhimento, afeto, que são, em geral, apontados como oposição ao universo da racionalidade, força, organização e precisão. O projeto conta ainda com seleção exclusiva de publicações e livros de artistas mulheres, organizada por Desapê, e uma mostra especial de obras em vídeo em parceria com a Associação Cultural Videobrasil. De 21 de setembro de 2019 a 24 de janeiro de 2020.
(5) Cildo Meireles, no Sesc Pompeia
Com curadoria de Júlia Rebouças e Diego Matos, a mostra “Entrevendo” reúne cerca de 150 obras de Cildo Meireles, dos anos 1960 até os dias atuais, em diferentes linguagens, suportes e temas. O título da mostra toma emprestado o nome de um trabalho de 1970/1994. Em forma de um túnel sem saída, a instalação de madeira convida o visitante a entrar e caminhar em direção a uma fonte de vento quente, enquanto derretem em sua boca gelos de água doce e salgada. A exposição inclui também trabalhos inéditos no Brasil, a exemplo da instalação “Amerikkka”. A mostra preenche uma lacuna histórica de duas décadas sem uma retrospectiva deste que é um dos mais importantes artistas brasileiros. “Tão rica como diversa, sua obra promove imediato engajamento do público, ao mesmo tempo em que o envolve numa diversificada trama de possibilidades de experiências”, afirma Rebouças. De 25 de setembro a 2 de fevereiro de 2020.
(6) Renata Tassinari, na Marilia Razuk
Sem expor individualmente na cidade de São Paulo desde 2015, Renata Tassinari apresenta um recorte de sua produção mais recente em sua primeira exposição na Galeria Marilia Razuk. Serão exibidos três conjuntos de trabalhos nos quais a artista explora as relações entre cores, utilizando-se de uma estrutura combinatória aparentemente simples, e as relações com o espaço arquitetônico. “Será na série intitulada ‘Beiras’ que a vocação espacial das pinturas de Renata Tassinari se realiza em sua potência maior. Nestas pinturas quase esculturas aquela linha orgânica dos desenhos se autonomiza e incorpora a cor, experimentando um novo espaço. Expostos pela primeira vez em 2018, eles podem ser montados de diversas maneiras na parede, ora desaparecendo no canto superior de uma quina real, ora recriando os limites da arquitetura ao formarem desenhos que deslocam as fronteiras do observador”, afirma a curadora Taisa Palhares, que assina o texto crítico da exposição. De 27 de setembro a 1º de novembro.
São Bernardo do Campo
(7) Elen Braga, na OMA Galeria
Na segunda individual de Elen Braga na OMA Galeria, “Um novo céu, uma nova terra”, a artista maranhense apresenta o que, para ela, seriam esses espaços imaginados. A mostra exibe uma instalação composta por vídeos, fotografias e objetos, em que Braga extrapola o sentido bíblico desse novo céu e dessa nova terra – descritos na revelação do apóstolo João, em seu penúltimo capítulo do livro do apocalipse (21: 1-27) – dando forte ênfase a memórias de tempos em se questionava: o que era o céu, e para onde iria a terra caso quisesse uma nova? Dentro dessa discussão não linear, a artista se apresenta como uma contadora de histórias, revelando imagens, músicas, e textos, que proporcionam uma liberdade para criação de novas narrativas e sentidos para essa busca quase hipotética. Com curadoria de Julia Lima. De 6 de setembro a 11 de outubro.
Itu
Na seleção de cinquenta trabalhos do sergipano Arthur Bispo do Rosário em exibição na Fábrica de Arte Marcos Amaro, observam-se como os gestos de serializar, organizar e multiplicar são entendidos enquanto prática artística. Canecas, pentes, gravatas, sapatos, sandálias, chapéus, roupas: o artista organizava essas coisas, serializando-as como se estivesse na linha de produção de uma fábrica, criando, portanto, uma iconografia própria. Com o objetivo de estabelecer um diálogo das obras de Bispo do Rosário com o espaço expositivo da FAMA – sediada no espaço de uma antiga fábrica de tecidos –, a mostra também inclui trabalhos de quatro artistas da coleção da FAMA. São elas: Louise Bourgeois, Carmela Gross, Nazareth Pacheco e Sonia Gomes. Em comum, têm o gesto de costurar e construir coisas da mesma maneira que fazia o sergipano. De 7 de setembro de 2019 a 7 de setembro de 2020.
Rio de Janeiro
(9) Mano Penalva, na Portas Vilaseca
Com um conjunto de trabalhos inéditos, produzidos entre 2018 e 2019, o artista baiano Mano Penalva reflete sobre a relação entre a casa e a rua, a partir do rearranjo e deslocamento de materiais do cotidiano: palhinhas, paninhos, pratos e xícaras assumem configurações inusitadas, promovendo certa “quebra de normalidade” dos objetos. O nome da mostra, “Casa de andar” é uma lembrança da sua cidade natal (Salvador), onde moradias que saem do piso térreo e ganham um andar são denominadas como tal. Assim, a galeria que ocupa um edifício em Botafogo passa a ser habitada por um corpo de trabalhos que dialogam com a arquitetura e aspectos culturais e formais de uma relação que transita entre o privado e o público. Texto crítico da curadora Pollyana Quintella. De 12 de setembro a 19 de outubro.
Brasília
(10) Coletiva, na Referência Galeria de Arte
A coletiva “Linhas de força – Superfícies em transe” reúne o trabalho de nove artistas contemporâneas que trabalham e residem em Brasília. Com obras de Adriana Vignoli, Alice Lara, Bruna Neiva, Karina Dias, Luciana Paiva, Patrícia Bagniewski, Raquel Nava, Yana Tamayo e Zuleika de Souza, a exposição mescla linguagens e temáticas com o objetivo de explorar a produção dessas mulheres. Meio ambiente, direitos dos animais, direitos humanos, arquitetura, tempo, memória, deslocamento e arte são alguns dos assuntos que as instigam e sobre os quais se debruçam no dia a dia do ateliê entre pesquisas e exaustivos ensaios. De 10 de setembro a 4 de outubro.
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