SP-Arte 2019 (Foto: Jéssica Mangaba)
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A importância de contar histórias no marketing digital

Caio Blanco
22 abr 2020, 10h56

Há muito já não se acredita em fórmulas prontas para a aplicação de estratégias de marketing e de publicidade. O advento da internet, a ascensão das plataformas digitais e, finalmente, o boom das redes sociais acabaram por aprofundar ainda mais esta sensação de impermanência: em um mundo em constante metamorfose, como construir uma estratégia de marketing valiosa e duradoura?

Existem diversas respostas a esta inquietante pergunta, entretanto, todas elas passam por um lugar em comum: o entendimento de que sua estratégia de marketing é tão valiosa quanto a história que você conta ao seu consumidor. E por isso, com a oferta quase ilimitada de informações e de entretenimento, a luta mercadológica acaba que não é somente pelo poder aquisitivo dos consumidores mas, sobretudo, por sua atenção.

E a melhor forma, sem sombra de dúvidas, para captar a atenção de qualquer interlocutor é contar uma boa história: uma história envolvente, que o seduza e conquiste o seu interesse. É por isso que, nesta batalha pela atenção difusa dos consumidores, as narrativas e o storytelling das estratégias de publicidade ganham papel central.

Acima: SP-Arte 2019 (Foto: Jéssica Mangaba)

SP-Arte 2019 (Foto: Leo Eloy)

SP-Arte 2019 (Foto: Leo Eloy)

SP-Arte 2019 (Foto: Ênio Cesar)

SP-Arte 2019 (Foto: Ênio Cesar)

Estudos recentes realizados por pesquisadores da Washington University descobriram que o ouvinte de uma história pode ser absolutamente tudo, menos passivo. Por meio do monitoramento da atividade cerebral de diversas pessoas enquanto elas liam uma história, percebeu-se que diferentes áreas do cérebro eram ativadas de acordo com a narrativa do livro: se as personagens praticavam alguma ação, a região do cérebro ligada à função motora entrava em ação; se o cenário mudava, neurônios ligados à visão eram ativados. Essa reação cerebral que experimentamos quando somos envolvidos por uma história não é diferente quando ela é contada por uma empresa, por uma marca, por uma galeria de arte: a divulgação de seu negócio através de histórias cria uma relação emocional muito mais forte com possíveis clientes, além de otimizar as chances deles lembrarem de você.

Criar uma boa história, entretanto, não é tarefa fácil, mas existem alguns passos que podem ser seguidos para facilitar a tarefa. Primeiro, é necessário compreender a visão de mundo de seu interlocutor: quem é seu cliente ideal? Quais são seus desejos, suas dores, seus objetivos e seus principais desafios? Depois, é necessário compreender onde ambientar esta história, que deve estar relacionada com a vivência de seu público-alvo. Após compreender os desafios da sua persona, é hora de desenvolver o conflito e propor uma solução, transmitindo essa mensagem da maneira mais relevante que encontrar: o ideal é que seu consumidor passe por alguma transformação após consumir o seu conteúdo.

SP-Foto 2019 (Fotos: Jéssica Mangaba)
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SP-Foto 2019 (Fotos: Jéssica Mangaba)

SP-Arte 2019 (Foto: Leo Eloy)

SP-Arte 2019 (Foto: Leo Eloy)

Além de se criar uma boa história, é preciso lidar ainda com as diferentes linguagens suportadas pelas inúmeras plataformas que hoje podem – e devem – ser utilizadas em sua estratégia de marketing, principalmente as plataformas digitais. Não há dúvidas de que todos os seus clientes (ou, pelo menos, a grande maioria deles) estão presentes em redes sociais como LinkedIn, Facebook e Instagram. Esses potenciais compradores também perambulam por aí com seus smartphones a todo momento. Eles assistem televisão, leem jornais e revistas, consomem conteúdo de diferentes formas.

É preciso, portanto, que, após criada a narrativa de sua estratégia de marketing, você consiga contá-la através de todas essas plataformas. E não se trata somente de adaptar o formato: é preciso que cada canal seja usado com um objetivo específico. Cada mídia desempenha um papel dentro do universo da comunicação, compreendendo, inclusive, públicos diferentes. É impossível, nesse sentido, contar uma mesma história dentro do LinkedIn e do Youtube, por exemplo. Cada canal específico deve ser usado com um propósito — é isso que chamamos de narrativas transmídias.

SP-Arte 2019 (Foto: Ênio Cesar)

SP-Arte 2019 (Foto: Ênio Cesar)

SP-Arte 2019 (Foto: Jéssica Mangaba)

SP-Arte 2019 (Foto: Jéssica Mangaba)

SP-Arte 2019 (Foto: Jéssica Mangaba)

SP-Arte 2019 (Foto: Jéssica Mangaba)

Claro, a criação e desenvolvimento de uma estratégia de marketing com narrativa transmídia é extremamente complexa e exige uma equipe qualificada com diferentes habilidades, além de um massivo investimento em campanhas de anúncios. Entretanto, para os pequenos e médios negócios, é possível trabalhar com criatividade para, ao menos, divulgar seu trabalho contando uma história de verdade – e essa é a dica de ouro: venda a sua verdade. Em um mundo de spam e bombardeio ilimitado de anúncios, encontrar uma história de verdade, humana e relevante é como encontrar um pote de ouro: gera conexão, empatia e faz o olho brilhar.

Para compras de luxo ou no mundo da arte, isso é ainda mais verdade. Como, via de regra, não se tratam de compras por impulso, contar a história de uma obra de arte, as influências e as motivações de seu artista, desvendar a voz por trás da peça é ainda mais importante. No final do dia, colecionadores de arte não estão comprando simplesmente um quadro ou uma escultura, mas sim uma experiência, uma história.

Como a sua galeria decide contar esta história faz toda a diferença e é por isso que, em todos os passos de suas ações de marketing é preciso ter sempre em mente: depois de entrar em contato com esse material, meu interlocutor sairá modificado? Ele irá se lembrar de mim? Boas histórias são inesquecíveis e deixam essa vontade de serem revisitadas. É justamente isso que seu negócio deve se tornar no imaginário de seus possíveis clientes: uma história que, de tão boa, não queremos que acabe.


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Caio Blanco é o especialista de marketing digital da SP-Arte. Bacharel em Direito pela USP e com mestrado em Marketing pela University of Leeds, do Reino Unido, passou por empresas como Google e Socialbakers. Lidera, também, as estratégias de relacionamento com nossas galerias-parceiras.

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