Cinco minutos com galerias que estreiam na SP-Arte/Foto/2015

17 ago 2015, 16h39

SP-Arte/Foto segue se expandindo para sua 9ª edição. Dos 31 expositores de 2015, seis fazem sua estreia na principal Feira de fotografia do país.

Neste ano, abrimos espaço em nosso site para que os estreantes apresentem seus artistas, obras de destaque em seus stands e o que esperam da SP-Arte/Foto/2015.

Conversamos com quatro desses espaços: Casa Nova, Bergamin & Gomide e Carbono, de São Paulo; e Portas Vilaseca, do Rio de Janeiro.

Confira!

SP-Arte: Esta é a primeira participação da galeria na SP-Arte/Foto. Ao longo do ano, como o espaço se dedica à arte fotográfica?

Adriano Casanova, da Casa Nova: A proposta da Casa Nova não é só ter uma programação constante no espaço expositivo como também atuar em projetos e propostas paralelas nos ramos das artes visuais e também da fotografia. Fizemos uma mostra da Claudia Jaguaribe com o lançamento de seu livro novo “Sobre São Paulo” e atualmente estamos com uma exposição em fotografias de videos dos artistas Renata Padovan e Gian Spina​.

Antonia Bergamin: A Bergamin & Gomide é focada em arte pós-guerra, nosso acervo é abrangente em relação a suporte e técnica. Ao longo do ano trabalhamos, entre outros,  com artistas de grandes nomes que se dedicaram a fotografia em diferentes períodos como Alair Gomes, German Lorca, Marcel Giró, José Yalente, Miguel Rio Branco, Mario Cravo Neto, Nan Goldin e Vik Muniz, e também aqueles que exploraram este formato em algum momento, como por exemplo Rosangela Rennó e Tunga. Em 2013, dedicamos uma individual ao fotógrafo modernista catalão Marcel Giró, e foi um sucesso.

Renata Castro e Silva e Ana Serra, da Carbono Galeria: A Carbono é uma galeria focada exclusivamente em edições de arte contemporânea. Gravuras, esculturas, objetos de arte e obviamente, fotografias. A fotografia é uma técnica reproduzível por natureza, portanto não poderia deixar de fazer parte de nosso acervo.

Jaime Portas Vilaseca e Gus Moura de Almeida, da Portas Vilaseca: Neste ano de 2015, tivemos a oportunidade de apresentar ao público visitante da SP-Arte, em abril, uma exposição do programa Showcase dedicada à arte fotográfica. Está programada para o mês de setembro a individual “Marcadores”, de Íris Helena, em nosso espaço no Leblon. No final do ano, receberemos também André Terayama, um artista visitante, que realizará uma exposição individual dedicada a fotografia e vídeo-arte, que fechará nosso programa de 2015. Alem da participação de artistas representados pela galeria em exposições institucionais no Brasil e no mundo, anunciamos recentemente a representação de dois nomes que atuam com fotografia: Jorge Soledar e Alex Yudzon.

 

SP-Arte: Quais artistas serão apresentados em seu stand? Quais são os destaques?

AC: Teremos um stand composto por três mulheres brasileiras: Claudia Jaguaribe, Renata Padovan e Lina Kim. A Lina é uma artista muito importante no cenário internacional e que foi muito presente no contexto brasileiro nas décadas de 1980 e 90, participando de bienais, mostras, coleções de museus etc. A proposta é apresentar um trabalho dela intitulado “Rooms”, para marcar esse começo da parceria entre a artista e a Casa Nova. A galeria também está curando uma exposição para o próximo festival Paraty em Foco. A exposição “ID” é também focada em um recorte de mulheres artistas brasileiras com obras que falam sobre o retrato contemporâneo. Acredito que o stand da SP-Arte/Foto é um preludio desta exposição que vai acontecer em Setembro.

AB: O stand da Bergamin & Gomide apresentará um projeto solo de Alair Gomes. O artista fluminense é pioneiro na arte homoerótica, dedicando sua pesquisa a beleza e nudez do corpo masculino. Na série “Sonatinas”, o artista fotografava secretamente os homens que se exercitavam na praia. Em seguida organizava e reorganizava em sequência, diversas vezes, como o ritmo de uma música. Também exibiremos fotografias tiradas em suas viagens pelo Estados Unidos e Europa. Vale ressaltar que todas as cópias mostradas são vintage, impressas pelo próprio artista, sendo estas obras muito raras, dificilmente disponíveis no mercado. Para completar nosso projeto e torná-lo mais educativo ao publico que visita a feira, mostraremos também duas obras que não estarão à venda, como um trabalho da série “Beach tryptic” e slides com fotografias feitas no carnaval carioca.

RSC e AS: A Carbono está levando diversas edições exclusivas de grandes nomes da arte contemporânea, como Cláudia Jaguaribe, Bob Wolfenson, Cássio Vasconcelos, Albano Afonso, Marcos Chaves e mais.

JPV e GMA: Em nosso espaço o público poderá apreciar obras de oito artistas: Alex Yudzon, Ana Hupe, André Terayama, Ayrson Heráclito, Íris Helena, Ismael Monticelli, Jorge Soledar e Pedro Victor Brandão. Um recorte eclético, compreendendo trabalhos recentes em pequenos, médios e grandes formatos, os quais podem ser classificados em temas tais como naturezas-morta, paisagem e retrato, reunindo a fotografia em preto e branco e em cores, sem deixar de apresentar processos alternativos de impressão, registros de performances, fotografia expandida e arte política. Heráclito sem dúvida é um destaque, em virtude da repercussão que o artista tem obtido dentro e fora do Brasil.

 

SP-Arte: Como avalia o momento atual da fotografia no Brasil? Há alguma tendência na cena contemporânea nacional?

AC: Acho que a produção atual de arte brasileira já não tem tantas amarras com questões voltadas a mídia que o artista usa. A fotografia já é um meio essencial para qualquer artista hoje, presente tanto em seu processo ou em sua obra final. No momento não consigo reconhecer uma tendência ou uma predisposição da cena nacional. Levando em consideração questões mais realistas da situação do país, creio que só o ato de fazer arte é uma predisposição para algo interessante que venha a surgir.

AB: A fotografia tem ganhado mais espaço e prestígio em grandes coleções. Hoje no Brasil existem fundações que se empenham em montar um acervo fotográfico, como o Instituto Moreira Salles, Itaú Cultural, entre outros. É possível notar também o surgimento do colecionador privado que dedica sua coleção integralmente a fotografia. A fotografia é considerada “arte” há relativamente pouco tempo, logo, é normal que esse movimento de interesse crescente se acentue cada vez mais.

RSC e AS: O fato da maior feira da América Latina ter uma versão focada em “foto” já diz bastante sobre a importância desse segmento dentro do cenário. A produção atual é grande, além da valorização dos grandes mestres brasileiros, como Geraldo de Barros e Thomas Farkas.

JPV e GMA: A arte fotográfica há tempos é colecionada pelos principais museus do mundo. A Folha de S. Paulo publicou recentemente artigo justamente falando sobre as tendências. Naquela ocasião, o jornalista apontou “Mundos em Ruínas” e “Performances Fotográficas” como alvo de interesse atual, destacando, respectivamente, o singular trabalho de Íris Helena, que, escolhendo meios não usuais de impressão, cria fotografias em post-its ou papel higiênico, por exemplo, além da pesquisa de Jorge Soledar com suas manipulações do corpo em performances documentadas por meio da fotografia. Consideramos que modos cada vez mais criativos de inovação do processo da fotografia, que podem variar da apropriação de arquivo à fotografia digital, passando pela fotografia analógica, assim como repercussões do que se convencionou chamar de arte e vida, são pontos importantes para o desenvolvimento da arte fotográfica contemporânea.

 

SP-Arte: Quais as suas expectativas para a SP-Arte/Foto/2015?

AC: Estou muito otimista com a Feira. Definitivamente a fotografia já está bastante estabelecida no mercado local e, mesmo com um cenário econômico in​stável, acredito que o colecionismo seja uma das alternativas de fortalecimento que o mercado cultural do país precisa.

AB: Os trabalhos de Alair Gomes são raros. Após sua morte, praticamente todo seu espólio foi doado à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Nosso principal objetivo na Feira é apresentar ao público o trabalho excepcional realizado pelo artista e dar a oportunidade a colecionadores privados e instituições publicas de adquirirem trabalhos que raramente estão disponíveis para venda.

RSC e AS: Por ser nossa primeira SP-Arte/Foto, esperamos ter a oportunidade de apresentar a Carbono a um público novo, curioso e apreciador das artes. Tornar a arte contemporânea mais acessível é nossa missão. Achamos super pertinente estar lá.

JPV e GMA: Nossa expectativa em participar desta edição, em primeiro lugar, é apresentar uma exposição coletiva que preze pelo bom gosto e qualidade, pelas obras apresentadas individualmente e pelo conjunto expositivo final. O ambiente da feira de arte mostra-se também como sendo uma oportunidade ímpar para travar e consolidar contatos com os integrantes do sistema de arte. Deste modo, rever e conhecer curadores, colecionadores e colegas é sempre uma experiência única de apresentarmos o que temos feito. Por último, nossa expectativa é retornar para a décima edição da SP-Arte/Foto em 2016.

 

#spartefoto2015

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