Thiago Martins de Melo, Daniel Jablonski e Bruno Faria comentam suas inspirações e escolhem peças favoritas na 15ª SP-Arte

6 abr 2019, 18h45

Inúmeros críticos, curadores e curadoras de arte visitam o Pavilhão da Bienal durante a SP-Arte. Alguns destacaram quais artistas e obras chamaram sua atenção neste 15ª Festival. Confira!


Thiago Martins de Melo

“Gostei muito da ‘Vaga padrão’, do Daniel Murgel e C. L. Salvaro (galeria Ybakatu), que está no lado de fora do Pavilhão, no meio do gramado. Eles jogam com elementos que identificam um estacionamento porém não é um, cria uma tensão, acaba envolvendo outras camadas. A série japonesa de Wesley Duke Lee, que está no estande da Almeida e Dale no primeiro andar, foi bastante impactante para mim, que me pegou de cara. Eu não conhecia essa série baseada na temática japonesa, me interessou muito a sutileza, a estrutura que remete a uma espécie de objeto nipônico. Outro trabalho que me interessou foi a peça de José Damasceno, a série de Carimbos que está na Carbono Galeria. Me interessa a palavra inscrita no carimbo, ‘crítica’, e o apelo diferenciado à linguagem da palavra inscrita de forma invertida. Esta foi outra obra que me tocou pelo impacto inicial.”

Thiago Martins de Melo, galeria Leme/AD


Daniel Jablonski

“Todo o estande solo de Randolpho Lamonier, na Periscópio Arte Contemporânea, costura um fio narrativo político forte. Em especial, uma caixa de luz de propaganda de rua, aberta e remendada de forma tosca, como se tivesse sido apropriada por um grupo de revolucionários para a veiculação de uma mensagem de resistência dirigida aos ‘cidadãos de bem’ que deram seu voto ao atual governo. A obra ‘Cutting out CONYT 17’, de Lorraine O’Grady, no Alexander Gray associates, mostra como um procedimento simples pode dar origem a uma obra complexa. Em termos de conteúdo, há uma sólida narrativa poética construída a partir da apropriação de frases de reportagens do New York Times (NYT), incluindo uma referência ao Brazil como lugar do clichê: ‘on your way to Rio’. Por fim, a obra ‘A logo for America (Miami Beach)’, de Alfredo Jaar, na Galeria Luisa Strina, revela uma bonita solução encontrada pelo artista para re-encenar em 2018 sua emblemática peça mostrada em telões na Times Square em 1987. Ao sobrepor a bandeira dos EUA com a frase ‘Isso não é a América’, o chileno evidenciava que a palavra pertence a todos os habitantes do continente. Ao levar seu telão para um barco no litoral de Miami, ele lembra aos habitantes da cidade a sobrevivência de um ‘sonho americano’ por parte dos imigrantes que tentam chegar ali em busca de uma nova vida.”

Daniel Jablonski, galeria Janaina Torres


Bruno Faria

“Me interessou o trabalho que a Marina Weffort está apresentando na SIM Galeria. Ao intervir no tecido, ela cria desenhos em um jogo óptico com grande movimento. Outro artista que destaco é o Valdirlei Dias Nunes que está apresentando na Galeria Lurixs algumas telas de 2018. Ele é um dos mais importantes de sua geração, sua pesquisa pela geometria é bastante precisa e pictórica ao mesmo tempo, próxima de um minimalismo. Também me interessou bastante o trabalho de Débora Bolsoni na Galeria Athena, do Rio de Janeiro. Ao se apropriar de objetos banais do cotidiano, ela revela novas formas de compor.”

Bruno Faria, galeria Marilia Razuk

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