Balanço
SP–Arte 2022


A 18ª edição da SP–Arte, que aconteceu de 6 a 10 de abril de 2022, voltando ao Pavilhão da Bienal, contou com a participação de mais de 130 expositores, entre galerias de arte e estúdios de design, além de editoras, projetos especiais e participações institucionais.

Para Fernanda Feitosa, idealizadora e diretora da SP–Arte, o clima desta edição é festivo. “Estamos muito felizes com essa edição que teve um sabor especial de reencontro e retorno ao tradicional Pavilhão da Bienal, casa que ocupamos desde 2005. Além disso, pudemos realizar um novo projeto, fruto de uma provocação antiga nossa, de 2020, mas que agora pôde ser realizada presencialmente que foi o Radar SP–Arte, um projeto de mapeamento artístico e institucional independente, trazendo novos agentes para a cena artística num evento com tamanha exposição, como foi o caso do Solar dos Abacaxis, a Casa Chama, a Casa do Povo, o IAC e o Pivô. Muito orgulho de minha equipe extraordinária de arquitetura, design, comunicação, produção, curadoria, fotografia e vídeo por termos realizado uma edição histórica, com enorme repercussão de público e da imprensa nacional e internacional.” 

Entre as novidades desta edição, destaque para o novo setor Radar SP–Arte, que deu maior visibilidade a espaços autônomos, ONGs e a artistas emergentes sem representação comercial, com curadoria de Felipe Molitor. Também atraiu a atenção do público a exposição Arte Natureza: ressignificar para viver, com curadoria de Ana Carolina Ralston. Ao mesmo tempo, foram realizados bate-papos (programa Talks na Arena Iguatemi), visitas guiadas, lançamentos de livros, além do SP–Arte Weekend, que movimentou a cidade nos dois finais de semana que antecederam a feira, oferecendo ao público uma programação variada com aberturas e encerramentos de exposições, visitas e celebrações em diversas galerias, espaços culturais e instituições ligadas à arte.

Os museus e instituições tiveram presença no site da SP–Arte através de perfis para divulgação de seus programas, artistas e publicações.

O sucesso comercial da Feira foi constatado pelos galeristas, caso de Luisa Strina que comemorou a venda de 21 obras, avaliando a feira como um excelente período de negociações. A galerista chamou a atenção para a formação de uma nova geração de colecionadores: “percebemos um novo público na feira, mais jovem e bem qualificado, que procura se inteirar sobre o assunto, visita museus, pesquisa”. Myra Babenco, da Galeria Raquel Arnaud, também avaliou a feira como uma ótima oportunidade para vendas e captação de novos clientes. “Fizemos pelo menos cinco vendas relevantes de importantes artistas como Julio Vilani, Waltercio Caldas, Carla Chaim, Iole de Freitas, Célia Euvaldo e Cruz-Díez”. 

Ricardo Rinaldi, diretor da galeria Kogan Amaro, afirma: “público muito bom, edição bem movimentada todos os dias. A melhor de todas em termos de resultados (participa desde 2018). Em termos de números, tivemos cerca de 20 obras vendidas. É sempre um bom espaço para novidades, assim, apresentamos obras em NFT ao mercado, que foram muito bem recebidas”. 

Entre galeristas do mercado secundário, Antônio Almeida, da Almeida & Dale, comenta: “Em termos de público, esta foi uma SP–Arte excelente, com alta frequência de clientes, jovens clientes e muita gente jovem comprando”. Em se tratando de vendas a avaliação também é positiva: “fizemos boas vendas, foi a melhor das edições. A feira contou com um projeto de ocupação do espaço muito bom, permitindo que os clientes pudessem mapear a feira, com corredores espaçosos e distância para apreciar as obras, com trabalhos excelentes expostos”.

Paulo Darzé, da Galeria Paulo Darzé, de Salvador,  que trouxe para a feira um solo do artista baiano Genaro de Carvalho, vendeu 90% de seu stand. “Nas primeiras horas do dia de abertura da feira eu já tinha 80% do stand vendido. Foi excelente”, festeja ele.

No setor de Design, estreando no evento, a Wentz avaliou muito bem a 18ª edição, com público excelente para a marca e contatos. “Notamos um interesse muito bacana do público, uma energia de retomada, e achamos muito bacana o Design estar ocupando o térreo do Pavilhão, dando mais visibilidade ao setor”, declara Cintia Wentz. 

Para Mônica Novaes Esmanhotto, da Casa do Povo, os benefícios vão além da Feira: “Nós tínhamos três objetivos para esta edição: vender as obras da coleção Comum Presença que fizemos especialmente para a ocasião, em prol da reforma do nosso prédio; ampliar nossa rede de apoiadores recorrentes e promover a Casa do Povo engajando mais pessoas na missão da instituição. Podemos dizer que fomos muito bem sucedidos nas três frentes”. Paula Signorelli, à frente do Pivô, reitera essa perspectiva: “Foi um momento bem importante para o Pivô. Além das vendas terem sido boas, foi muito importante o contato com pessoas que não conheciam nosso trabalho, nosso tipo de pesquisa e projeto de residência, e colaboraram com doações de materiais e compra de produtos”.


Radar SP–Arte

Um dos projetos especiais inaugurados na 18ª edição é o Radar SP–Arte, que conta com a participação de cinco coletivos e espaços autônomos que apresentam seus projetos em pequenas exposições comerciais ou institucionais. Também faz parte do Radar SP–Arte a exposição Hora grande, com curadoria de Felipe Molitor, com jovens artistas que não possuem representação comercial.


Exposição "Arte Natureza: ressignificar para viver"

Além do Radar SP–Arte, a exposição Arte natureza: ressignificar para viver, com curadoria de Ana Carolina Ralston, pensa as relações entre arte e sustentabilidade, com grandes nomes como Ernesto Neto, Joseph Beuys, Frans Krajcberg e Daiara Tukano.


SP–Arte Weekend

Nos finais de semana que antecederam a Feira também aconteceram aberturas e encerramentos de exposições, visitas guiadas e celebrações em diversas galerias de São Paulo, mobilizando a agenda cultural da cidade. Foi o SP–Arte Weekend, nos dias 26 e 27 de março, em galerias e espaços culturais do circuito Barra Funda, Centro e Higienópolis, e em 02 e 03 de abril, no circuito Vila Madalena, Pinheiros & Jardins. A programação ainda se espalhou para várias localidades, totalizando mais de 60 eventos pela cidade.


Doações

A SP–Arte sempre teve forte vínculo com as instituições culturais em seu compromisso com as artes no país. Desde as nossas primeiras edições, nos dedicamos ao enriquecimento de acervos de instituições nacionais com um programa de doações que acontece tradicionalmente na Feira.  

Desde as primeiras edições, o Iguatemi, patrocinador da SP–Arte, adquire e doa obras apresentadas pelos nossos expositores ao acervo de um importante museu brasileiro.

Desta vez, o Iguatemi doou, ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, uma obra da série “Gritos de alerta (Políptico)” (2022) de Davi de Jesus do Nascimento (Galeria Periscópio); e duas esculturas da série “Cupinzeiro” (2022), de Lidia Lisbôa (Galeria Millan).

Além disso, a Pinacoteca ainda recebeu doações das obras Sem título (2020), de André Ricardo (Galeria Estação), Sem título (s/d) de Antônio Poteiro (Galeria Estação), “Natureza morta” (2020), de Paula Siebra (Mendes Wood DM), Sem título, da série “Poder de Tajá” (2020) e Sem título, da série “Elementar Fogo” (2018), de UÝRA (C. Galeria).


Bolsas e indicações

Em 2022, a Feira inaugurou o setor Radar, sob curadoria de Felipe Molitor, que reúne espaços independentes de arte e artistas jovens e sem representação comercial, a fim de alavancar a produção artística nacional. Continuando este compromisso, a SP–Arte ofereceu, em parceria com o Instituto Inclusartiz, um prêmio-residência a um dos artistas participantes de Hora grande, exposição curada por Molitor e que estreia o Radar SP–Arte. Luisa Brandelli (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1990) foi ganhadora do prêmio-residência desta edição.

Carla Chaim foi indicada, durante a 18ª edição da SP–Arte, ao prêmio EFG Latin America Art Award, apresentado pela parceria entre o banco EFG e a revista colombiana ArtNexus desde 2011. A premiação consiste no reconhecimento da obra de um artista por meio da compra de seu trabalho para integrar determinada coleção.