Para facilitar seu passeio pela SP-Arte/Foto/2018, dividimos algumas das obras exibidas em sete grandes temas. Sinta um gostinho do que está por vir!

7 ago 2018, 18h18

Por Julia Flamingo

 

A SP-Arte/Foto – Feira de Fotografia de São Paulo chega à sua 12a edição, reunindo 34 expositores que celebram o trabalho de fotógrafos, artistas, curadores e editores envolvidos com fotografia. Você é convidado para, entre os dias 23 e 26 de agosto, participar dessa grande experiência em torno da linguagem artística.

Pensando em facilitar seu passeio pelo Shopping JK Iguatemi, onde se realiza o evento, dividimos algumas das obras exibidas em sete temas em destaque. Sinta um gostinho do que está por vir!


performance

Se a performance acontece num momento único – só quem viu é quem estava lá –, a fotografia pode funcionar como um registro desse momento. Mais ainda: a ação eternizada em formato de imagem torna-se por si só uma obra de arte. É assim que trabalha a paraense Berna Reale, performer e perita criminal, cujas obras de tom crítico mostram frequentemente o empoderamento feminino, o trabalho braçal e as dinâmicas em espaços excluídos. Alguns dos seus registros de performance encontram-se na Galeria Nara Roesler, que depois de quatro anos volta à Feira. Na Fortes D’Aloia & Gabriel, Ivens Machado é representado com a série “Sem título (Performance com bandagem cirúrgica)”, resultado de performance realizada em 1973, em que o artista cobre o próprio corpo com gases, remetendo tanto ao sofrimento psicológico quanto à repressão militar e sexual da época.


intervenção sobre foto

Mais do que uma simples edição, algumas fotografias ganham intervenções criativas que fazem mudar nossa percepção sobre a imagem apresentada. O estande da Vermelho discute desenho e pintura sobre fotografia a partir de trabalhos de Rosângela Rennó, que assina a série “Nuptias”, sua mais recente produção. As fotopinturas têm como ponto de partida imagens de casamento que, depois de ganharem intervenções, passam a discutir questões sociais, como preconceito de gênero.

Já as intervenções de Celina Portella, da galeria Inox, interferem na forma da obra: as molduras e os recortes das fotografias transformam stills de performance em imagens em movimento. O sergipano Nario Barbosa, da OMA Galeria, usa diversas técnicas, desde manipulações no negativo até alterações no detalhe do papel fotográfico. Nas suas mãos, cenas por vezes melancólicas acabam ganhando novos significados. Não poderia faltar neste grupo a SIM Galeria, com Julia Kater, que faz recortes em suas imagens, e Isidro Blasco, que as transforma em 3D com uma espécie de dobradura. As fotos de Paula Scamparini, da Aura, apresenta múltiplos corpos de mulheres passeando por cenas que mais parecem saídas de fábulas; quando se aproxima da imagem, percebe-se que os vários corpos são de uma mesma personagem.


celebridades

As inconfundíveis cores com altíssimo contraste de David LaChapelle, renomado por estampar em primeiro plano imagens de estrelas como Gisele Bündchen, são destaque da Galeria de Babel. Os trabalhos da alemã Ellen von Unwerth, conhecida por cliques coloridos e bem-humorados de modelos, também podem ser vistos na Galeria Mario Cohen.

Na Pinakotheke, o nome brasileiro que mais fotografou celebridades, Bob Wolfenson expõe registro de Oscar Niemeyer – homenageado do estande. Wolfenson é um dos palestrantes do Talks, série de debates que acontecem no Lounge One – próximo à Feira, no mesmo andar do Shopping. Com uma individual em cartaz no Espaço Porto Seguro, ele fala sobre destaques de sua carreira.


arquitetura

Na Dan Galeria, o espanhol José Manuel Ballester exibe fotos de arranha-céus e construções modernistas de São Paulo, enquanto o eslovaco Yuri Dojc, consagrado por suas imagens de sobreviventes do Holocausto, traz cliques de edifícios e casas degradadas cujos objetos abandonados tornam-se protagonistas. O jovem Yuri Seródio, da Gabriel Wickbold Studio and Gallery, usa suas lentes para registrar suntuosos interiores de teatros e bibliotecas. Na série “Arquitetura inventada”, Evandro Soares expande a fotografia a partir do desenho, experimentando com linhas que surgem das silhuetas dos prédios. Fabiano Rodrigues – o skatista que tira fotos de si mesmo enquanto pratica o esporte –, da Emmathomas, também fala de arquitetura ao mostrar espaços públicos e maneiras de se apropriar deles.


natureza

Quem nunca tirou uma bela foto de uma paisagem natural? As possibilidades de se criar um trabalho autoral a partir da natureza são inúmeras. Se Pedro Motta, artista mineiro representado pela Silvia Cintra + Box 4, registra imagens um tanto oníricas em cenários do interior brasileiro, Feco Hamburger prefere fotografar o céu em preto e branco depois de fazer longos estudos astronômicos. Apresentado na Janaina Torres Galeria, este artista parece fazer da paisagem terrestre um cenário lunático.

Betina Samaia exibe a série “Amazônia Infrared” na Arte 57, e Alessandra Rehder faz trípticos e polípticos a partir de cliques tirados de árvores e galhos em altíssima qualidade. Também é destaque desse tema a série “Pantanal”, de João Farkas – exposto pela Galeria Marcelo Guarnieri.


fotoclubismo

Os cliques do modernismo serão sempre estrelas na história da arte brasileira. Feitas entre 1940 e 1980, as fotografias modernistas ultrapassaram a função de mero registro e encontraram seu espaço como obra de arte. A incorporação do jogo de luz e sombra, a impressão em preto e branco e o gosto pela abstração marcam as lentes de expoentes como German Lorca, merecidamente, o grande homenageado desta edição da SP-Arte/Foto. Ele é muito bem representado pela galeria Utópica, ao lado de Carlos Moreira e Annemarie Heinrich.

A Mapa também investe na fotografia modernista ao apresentar a coleção do Fotoclube Brasileiro, primeiro grupo de fotógrafos efetivamente organizado no país. Estarão por lá imagens de nomes como Orlando Pilo Duarte, Ferenc Aszmann e José Lambert. A Galeria da Gávea, que está presente com dois estandes no evento, dedica um deles às fotografias vintage: nomes como Ademar Manarini, Eduardo Salvatore e Paulo Pires podem ser vistos por lá.


livros de fotografia

Alguns livros são sobre fotógrafos e seus cliques. Outros são edições limitadas, feitas por artistas e suas editoras. Há ainda aqueles pensadas como fotolivro, ou seja, realizadas de forma mais independente. Publicações de todos os tipos e para todos os gostos ganham representação na SP-Arte/Foto/2018, que reúne três importantes editoras do ramo: Madalena, Fotô Editorial e Taschen/Paisagem. Especializadas em livros de artista, a Fólio também traz um amplo acervo de obras sobre papel. A discussão sobre publicações de fotografia ganha ainda mais fôlego durante um dos encontros do Talks, que convida Claudia Jaguaribe, da galeria Casanova, para contar sobre seu fotolivro “Beijing Overshoot”, ao lado do editor francês Pierre Bessard.


programe-se!

SP-Arte/Foto/2018
22 a 26 de agosto
Entrada gratuita

Horários 
Quarta, 22 de agosto (Preview para convidados)
Quinta a sábado, 23 a 25 de agosto: 13h–21h
Domingo, 26 de agosto: 13h–20h

Localização
Shopping JK Iguatemi, 3º piso
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041
São Paulo, Brasil

 

#spartefoto2018

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