Performances
2016


A segunda edição do projeto, voltado especialmente para investigar o papel do corpo na arte contemporânea, conta com performers escolhidos por meio de uma seleção aberta ao público, sob coordenação do Centro Universitário Belas Artes. No júri, a presença de Cauê Alves, curador e doutor em Filosofia, e Solange Farkas, curadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil. Feito em parceria com o Centro Universitário Belas Artes, estimula a discussão das práticas da performance e seus processos de documentação.


Resíduos, de Alexandre D’Angeli

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Uma performance que dá continuidade à pesquisa do artista Alexandre D’Angeli acerca das interações possíveis entre corpo e espaço e seus vestígios/memórias na busca por aproximações sensíveis com a arquitetura e seus equipamentos. O trabalho propõe pensar os vestígios imateriais resultados da ação do homem nas grandes cidades – sobras de seus projetos, investimentos, trocas e afetos.

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Como um jabuti matou uma onça e fez uma gaita de um de seus ossos, de Renan Marcondes

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A performance apresenta ao público a imagem de um corpo masculino subjulgado por um objeto: um sapato de salto alto laranja cujo salto é uma estaca de 30 centímetros. Impossibilitado de ficar em pé e ocupar uma posição ereta, masculina e dominadora, esse corpo transita lentamente pelo plano horizontal através de uma coreografia que condensa imagens referentes à uma objetificação da mulher. A partir da transformação do sapato e da sua colocação em um corpo masculino, o trabalho levanta questões referentes a identidade de gênero e ao papel dos objetos nesse processo.

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Lúmen, de João Penoni

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Fluxo luminoso. O artista recria o seu próprio corpo. Refaz-se. Em ambiente escuro o seu movimento deixa um rastro de luz. Luzes coloridas piscam do seu corpo acrobata que evolui suspenso por uma barra invisível. A claridade que não é própria do corpo e que só se faz perceber porque é nele refletida é, em “Lúmen”, “incorporada”. Através de mecanismos artificiais o performer apresenta um corpo iluminante. A presença viva do artista fica registrada no espaço escurecido da performance.

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Carga, de Elfi Nitze

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A performance constrói-se a partir da ideia do peso mental, onde não há consciência dos atos em si. Nascida no conceito de ligação entre mente e corpo, ela traz o pensamento de que qualquer problemática existente na mente cairá no corpo, caso não se resolva e vice-versa, ou seja, questões corporais também podem atuar sobre a mente.

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Sobre o peso nos meus ombros, de Karen Cruz

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A performance tem como configuração uma ação performática onde a artista prende em seu cabelo, dividindo-o por mechas, chumbinhos – também conhecidos por chumbadas. Chumbinhos são pesos utilizados em pescaria, confeccionados, como o próprio nome sugere, a partir do metal chumbo por este apresentar um peso considerável em relação ao seu volume se comparado a outros metais. Os chumbinhos são presos as mechas de cabelo por toda a extensão da cabeça da artista. A fixação destes se dá por meio de elásticos, previamente fixados às peças de chumbo. Em testes, a artista já chegou a utilizar cerca de 4kg de chumbinhos, buscando explorar os limites que seu corpo impõe.

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Série #7, de Baillistas

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A performance baseia-se na realização de uma série fotográfica com bailarinos, figurinos, maquiadores e os quatro integrantes do coletivo trabalhando como o fazem em meio à cidade de São Paulo.

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Filosofia do ralo, de Cadu Ribeiro

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Compreendida como uma performance de dança, é uma intervenção corporal que tem como poética o romance “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde. O homem-ralo é a figuração performática de um dos personagens do romance: Basil, o pintor apaixonado de Dorian, que nesta intervenção caminha/dança sobre diferentes espaços. Carregando um objeto cênico criado para a performance, uma espécie de parangolé de ralos sobre as costas, o artista se locomove com este peso opressor que lhe dá uma corporeidade própria.

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O som do trovão, de N Jeans

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Existem muitas coisas que incorporam sensações de medo e desespero, e uma grande tempestade pode ser uma delas. No entanto, as tempestades podem ser de diferentes formas na vida, ou não? Nunca sabemos como e nem quando seremos atingidos pela próxima ou se não seremos atingidos mais… Então vale a pena recorrer ao medo? Em um vasto vale; luz, corpo, sons e trovões se confundem em meio aos devaneios mentais que mentes psicóticas podem, devem ou não ter com relação aos percursos que a linha de uma vida pode percorrer e entre seus diálogos com o sentido.


Permanência para um encarnado, de Luanna Jimenes

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Consiste na permanência da artista por longa duração caracterizada pelo traje. A presença que sustenta o trabalho é a expansão da respiração com dimensões e tempos orgânicos, sendo portanto um expandir/recolher até limites extremos, alternando uma figura grande a outra pequena próxima do chão. As pausas durante o percurso permitem múltiplas leituras para o observador e interferem no espaço em silêncio. O traje de tecido preto encorpado e com algum brilho cobre todo o corpo confundindo-o com um objeto. A artista se desloca completamente coberta apenas com um olho revelado até o local da permanência e ali desfigura.


É arte ou bala?, de Lucas Takahaschi

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O espaço de arte reflete seu público-alvo e influência diretamente no status e no valor da obra, o que intrinsicamente causa a valorização do artista e induz o consumidor a um sistema hermético de colecionadores e seus produtores. Porém, como seria se esta obra fosse apenas uma bala? E se este artista fosse apenas um vendedor? Como se estabeleceria a relação com esse consumidor já habituado ao circuito de arte?